segunda-feira, 27 de abril de 2009

Agora a matéria!

Prometo que é a última! Ou melhor...a primeira...rs
É que a emoção foi a mesma (ou até maior)!
Teve até entrevista com o Márcio Ballas (Palhaço do Jogando no Quintal)

"O clássico do Quintal
Parece mesmo o futebol: o jogo é uma verdadeira palhaçada"


Não é de hoje que as técnicas circenses conquistaram público e espaço na cidade. Parece um jogo de futebol: tem juiz, time, torcida, placar, apito e até intervalo entre os dois tempos. Em poucos minutos você está batendo palmas ao som da música e cantando o refrão. A ordem é entrar no clima e dar asas a sua imaginação. O público é o responsável pelo espetáculo, uma vez que é um teatro de improviso. “A cada dia tem um espetáculo novo, totalmente diferente.”, diz o palhaço Márcio Ballas, um dos criadores do ‘Jogando no Quintal’.
Márcio e César Gouvêa, outro idealizador, já trabalhavam a linguagem dos palhaços e da improvisação antes de se conhecerem, em 2001 no ‘Doutores da Alegria’. Antes de chamarem outros palhaços para fazer parte da equipe, formataram um tipo de jogo baseado no futebol, sua paixão, com regras a serem cumpridas. A idéia de misturar esporte com improviso teatral veio da Europa, onde amadores faziam com o hóquei. Aqui, foi adaptado para o futebol, a paixão nacional. Ensaiaram e pesquisaram por um ano e meio, e então César abriu a porta do quintal de sua casa para o público. O espetáculo se tornou sucesso no boca a boca.
A capacidade era apenas de 50 pessoas por apresentação. Não comportando mais o público no quintal, as pessoas passaram a assistir o espetáculo no quarto e na sala da casa. Então passaram a se apresentar em “quintais” cada vez maiores, na medida em que não comportavam mais o público. Inicialmente, era apresentado apenas no primeiro sábado do mês, e hoje passou para todos os fins de semana e com a arquibancada lotada. Atualmente, se apresentam no Teatro Tucarena, comportando 208 pessoas.

O jogo vai começar
Com uma banda composta de três palhaços, ao chegar, o público já entra no clima de descontração. As músicas, irreverentes e feitas na hora, fazem com que até pessoas extremamente mal-humoradas esbocem um sorriso no rosto. Para entrar no clima tipicamente brasileiro, o público é recebido calorosamente, em ambos os sentidos: são servidos de caipirinha pelos palhaços. A cenografia ultrapassa todos os limites tradicionais do palco e espalha-se por todo o ambiente, criando a impressão de um estádio.
Recriando um jogo de futebol, a torcida é o público. Antes da partida, os times, uniformizados, cantam o hino do clube e hasteiam a bandeira. A missão da platéia é sugerir os temas, e os palhaços aliando técnica com imaginação, trabalham com a difícil arte de improvisar. “A improvisação não tem uma definição exata. Significa você criar histórias, cenas ali naquele momento. Ao contrário do que as pessoas pensam: ‘Ah, improviso faz qualquer coisa. ’, para improvisar precisa saber muito porque você vai criar algo totalmente novo, algo que nunca existiu.”, explica Márcio Ballas.
Os palhaços se dividem em dois times com três palhaços-atletas cada. Eles têm tempo determinado pelo árbitro da partida, o palhaço Adão, para encenar a tarefa proposta. Cada vitória é um gol. O mais interessante, é que, diferente de um jogo normal, ao final de cada rodada, o público, que virou torcida, vota na equipe que melhor improvisou, levantando cartões com as cores de cada time (azul e amarelo).
O público que sugere o tema do improviso, o que torna cada partida única.. É formada por dois tempos e sete jogos. Dentre os jogos, tem um que brinca com estilos cinematográficos, musicais e televisivos (terror, ópera, ficção, documentário, etc.), e outro que faz brincadeiras com o abecedário. Os palhaços têm que estar sempre preparados para tudo. “O palhaço está sempre ali com o que vai acontecer naquele momento. Ele sempre afirma sempre se destina a qualquer coisa. Ou seja, está sempre no ‘aqui agora’.”, diz Ballas.
Não é difícil ouvir temas totalmente sem nexo. “Cada dia aparece uma loucura diferente e isso que faz o ‘Jogando no Quintal ser legal. Outro dia o cara falou: ‘Pitágoras Mosquito’, já falaram: ‘Enéias ressuscitou e virou presidente dos Estados Unidos’, ‘Quem não morre não vê Deus’”, define Ballas.

Palhaços & Público

O time é composto por 12 palhaços-atletas, bastante qualificados, sendo que a maioria faz parte do projeto ‘Doutores da Alegria’, equipe de palhaços que visitam hospitais e trazem esperança e felicidade às pessoas que ali estão. O palhaço é uma figura peculiar e especial. Muitos pensam que ser palhaço é só fazer palhaçadas, brincadeiras “bobas” e despertar o riso nas pessoas. Mas não é simples assim. “O palhaço é um ser em relação. É aquele que o tempo todo está em contato com o outro, está percebendo o que o outro está achando. Olha no olho, faz as coisas e vê como é que estão ecoando isso junto ao outro. É um ser em relação porque está sempre vendo o que o público está achando. Se o público está gostando ele fica feliz, quando não está, ele tenta mudar para que a coisa fique do jeito que ele achou que era para ser.”, define Ballas.Cada um dos palhaços tem o seu próprio nome e estilo. É deles a função de criar a atmosfera de descontração desde o momento em que o público entra no estádio. Quanto mais conseguirem animar a platéia, mais quente fica a partida.
A participação do público é imprescindível. O público interage com os palhaços a todo tempo com direito a “Hola”. Alguns torcedores exercem funções importantes: a de “plaqueiro” do jogo, que marca cada ponto feito ao longo da partida; e a de “capitão” de cada time, eleitos pelos palhaços com uma irreverente homenagem.
Engana-se quem pensa que são só adolescentes ou pessoas ociosas que vão assistir ao espetáculo. Executivos e funcionários de empresas também fazem parte da torcida, descobrindo que é possível ter sempre uma “resposta na ponta da língua”. Na chamada era do conhecimento, os problemas enfrentados por diversas empresas ocorrem com rapidez, exigindo respostas imediatas. Assim, as empresas esperam de seus executivos criatividade, capacidade de equipe, ousadia. Pensando nisso, empresas como Telefônica, IBM e Petrobrás já contrataram a trupe para fazer apresentações. O interesse está nos objetivos do jogo: trabalho em equipe, improvisação, flexibilidade, criatividade, rapidez, cooperação, etc.“Você está trabalhando sempre no aqui agora e normalmente em uma criação coletiva. Eu dou uma proposta, outro e outro dão, e assim juntos, vai formando uma nova história.”, elucida Márcio Ballas .
Juliana Godoy, administradora, teceu ótimos comentários a respeito do espetáculo. “Superou as minhas expectativas. Sabe o que é sair com dor no maxilar? Aconteceu exatamente isso. O que eu mais gostei foi da criatividade de cada personagem. Temos que levar isso para o nosso dia-a-dia. A todo instante temos que lidar com situações que nos leva ao improviso. Não teve o que eu não gostei. Saímos do espetáculo com vontade de ser um palhaço, mas nem sempre dá!”. E deixa um recado para os interessados: “Assistam não somente uma única vez, e sim quantas puderem, pois nenhum espetáculo é igual ao outro. Nada é rotina. Diversão para toda família, com certeza. Saímos da peça com vontade de voltar.”.

Agora acabou gente....só as mais emocionantes mesmo, porque eu sei que muitas virão!!

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