domingo, 26 de abril de 2009

Minha primeira resenha crítica (para o Jornal Contraponto)

Claro que não podia faltar a minha primeira resenha, né?!
Foi mto bom ler esse livro! Aprendi muito mais do que escrevi, mas os caracteres não permitiram que eu delongasse muito a resenha!

Aconteceu, é Manchete”

Os Irmãos Karamabloch é uma autobiografia da família Bloch, precursora da extinta Manchete. A originalidade da narração se inicia a partir do título da obra, que é um trocadilho com que o jornalista Otto Lara Resende se referia aos irmãos Bóris, Arnaldo e Adolpho, em alusão ao épico de Dostoiévski, Os Irmãos Karamazov. No livro do autor russo, quatro irmãos digladiam-se pelo poder, sob olhares do patriarca, encaixando perfeitamente na saga dos irmãos Bloch.
Narrando a história de todo seu clã russo-judaico, desde seu tataravô Pinkhas, Arnaldo Bloch enfatiza a trajetória de Adolpho, seu tio-avô, caçula do patriarca Joseph e o principal protagonista da Manchete. Uma figura peculiar, homem de fibra e que fazia tudo o que queria. Amigo chegado de Juscelino Kubitscheck e de outras figuras, como Roberto Marinho.
Tudo começou com uma gráfica, nos tempos de Joseph. Os anos se passaram e, por causa de peripécias de Arnaldo e Adolpho, quase faliu. Conseqüentemente, Adolpho perdeu o comando para seu irmão Bóris, que ficou na frente de Gráficos Bloch SA. Mas, em uma briga com sua esposa, quase à matou. Descoberto pela imprensa, foi destituído do cargo, entrando Adolpho novamente em cena.
Com inspiração na revista francesa Paris Match, em abril de 1952, Manchete é lançada, tendo como destaque os colaboradores Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
Com o passar dos meses, o corpo da revista não engrossava em publicidade, culminando na tentativa frustrada da venda da editora. Com a chegada de Hélio Fernandes, de O Cruzeiro na direção da Manchete a revista deu uma guinada. Assim, através de compensação de cheques e prazos extraordinários sem juros, a dívida foi empurrada. Em seu auge, em 1980, também contava com as revistas Desfile, Ele & Ela, Amiga e Sétimo Céu.
Em 1983, estréia a TV Manchete, com o slogan: “Televisão de Primeira Classe”, obtendo o maior volume de vendas registrado em um só dia em faturamento publicitário de estréia. Em seus momentos de glória, lançou a novela Pantanal, batendo os índices de audiência da TV Globo.
Engolidos pela economia global e pelo enorme endividamento, a venda da emissora foi inevitável. Com uma venda frustrada ao empresário Hamilton de Oliveira, Adolpho exigiu na justiça a emissora de volta, mas teve que dar os prédios no Russel, sua sede, em troca, como aval da dívida.
Morre Adolpho, e Jaquito, seu sucessor, vende a concessão da Rádio Manchete de São Paulo para Quércia e dá como garantia da dívida com o Banco do Brasil o prédio da Frei Caneca. Mesmo assim, estréia Mandacaru, penúltima novela da emissora. Em 1999, os prédios do Russel são leiloados. Atualmente, temos em seu lugar a Rede TV.
Em agosto de 2000 é assinada a falência dos Bloch. A Família Manchete se transformou em “Massa Falida” e o império desabou, restando apenas em meio aos escombros sua história de lutas e conquistas.

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